Centro de tratamento para o Crack e a Assistência social.



Durante a campanha eleitoral vi algumas ideias sobre a criação de um centro de tratamento para o Crack. Fiquei imaginando quem a gente iria colocar lá. Colorar-se-iam lá dentro essa sociedade doente em que vivemos que produz a necessidade do prazer e da alienação ou se colocarão lá dentro as famílias disfuncionais (não estou dizendo que existe um padrão de família: pode ser de dois pais, de duas mães, de tios ou de avós, digo funcional considerando que ela cumpra a sua função de oferecer o necessário para o cuidado e o desenvolvimento das pessoas), os abusadores, ou ainda se colocaríamos nesse centro de tratamento a fome, o desemprego ou a falta de moradia para lá se tratar.

É fácil, embora caro e ineficiente isolar o sujeito que pode estar sendo vitima ou sintoma do problema, mesmo que em algum momento esse problema tenha sido gerado por sua escolha. Contudo é mais difícil, embora mais barato e eficiente cuidar das pessoas respeitando o seu jeito de ser, sua cultura, território, integridade e escolhas. É também mais difícil de entender porque investir em uma rede complexa pode dar conta da sujeira que uma vassoura rapidamente pode varrer para debaixo do tapete.

Não quero dizer que o Crack seja somente um problema social, é também de segurança pública, quando essa se foca nos verdadeiros traficantes e produtores de drogas e não nos usuários que acabam muitas vezes pela fissura fazendo pequenos tráficos, mas é de Saúde porque a droga tem efeitos e prejuízos fisiológicos importantes, quando a política pública de saúde respeita os preceitos de universalidade, integridade e territoriedade do SUS, de educação, que deve seguir os preceitos da LDB e ser verdadeiramente INCLUSIVA e principalmente da Assistência Social.

Quando digo a Assistência, não estou querendo incluir nela a responsabilidade de curar o Crack, muito menos incluir um serviço diferente do que está em seu cardápio de serviços que devem ser oferecidos, mas a responsabilidade de fazer a sua parte tal como preconiza a Política Nacional de Assistencial Social e o Sistema Único de Assistência.

Damos mais importância para a segurança, que gasta boa parte de seu contingente prendendo pessoas que precisam de saúde, para a saúde que gasta muito de suas vagas para remediar problemas sociais e não pensamos em cuidar na pessoa lá no território tal como é papel dos Centros de Referencia da Assistência Social fazer, quando ajudam as pessoas a acessarem de forma adequada seus direitos a se organizarem no cumprimento de seus deveres etc.  

Por conta disso os serviços da assistência estão sucateados, executados por ONGs que pagam para trabalhar e que em suas dificuldades financeiras não podem pagar o justo para os profissionais.

Assim de que adianta internar uma pessoa se voltando para casa ela encontrar a fome, a violação de direito, o caos social, se ela terá dificuldade de se colocar na sociedade, estabelecer relações saudáveis com a comunidade e atribuir um sentido e prazer para sua vida que  valha mais a pena neste contexto que ser um traficante ou um drogado.

Comentários

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