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Mostrando postagens de julho, 2011

Quebraram os manicômios com os livros de Foucault e prenderam seus residentes nas páginas de Lacan

A reforma psiquiátrica já é uma realidade, a despeito das pequenas resistências que encontramos em alguns setores. Contudo tal reforma é também uma mudança de paradigma e deve operar sobre as convicções e formas de agir da sociedade e principalmente nos profissionais da saúde mental. Tirarmos as pessoas dos hospícios, onde eram amontoadas, judiadas e tendo sua situação psiquiátrica e condição de vida piorada, mas as colocamos nas ruas ou então, sem dar condições para as famílias, nem trabalhadas as questões da reforma psiquiátrica com seus visinhos, fazemos destes indivíduos um incomodo ou estorvo para as pessoas a sua volta. E ainda, com as drogas tão próximas do cotidiano os transformamos em zumbis pelas ruas da cidade. Não quero com isso, dizer para sair a reforma psiquiátrica e voltar os manicômios, mas que entre nas cabeças a reforma de verdade e saiam os manicômios que tanto interferem nas formas de agir e pensar. Nos serviços de saúde mental existem muito profissionais sé

Mãe, ela vai ser Surda!

Quando ela era pequena brincava de casinha, De mamãe filhinha, Carregava de um lado a outro uma boneca, Sonhando com uma filha que teria no futuro. Sua filhinha já tinha até nome e em sua imaginação, personalidade e voz. Conversava com ela, ouvia na sua imaginação seus choros. Sonhava feliz brincando de ser mamãe. Algumas vezes contava historias ao lado da cama para a boneca dormir, Também dava sermões imaginando uma peripécia de sua filhinha. Com o tempo a boneca perdeu a graça, E acabou dando lugar aos livros e garotos da escola. Mas guardava o desejo de ser mãe, Ainda a imagem de boneca que durante a infância lhe acompanhava nas brincadeiras, O desejo de não mais brincar, mas ser mamãe e ter uma filha para conversar, e contar historias para dormir. Conhece alguém especial, casa-se e fica grávida... Fica sabendo que vai ser menina, E passa nove meses sonhando com cuidados e brincadeiras com a filhinha. Decora histórias de ninar, músicas infantis e sonha com o choro da bebê. A bebê na

Escola: Deposito de Gente?

     Ouvi por esses dias de uma diretora, preocupada por conta do comportamento de um de seus alunos, “que a escola não era um deposito de gente”, por isso iria dispensar esse aluno duas horas mais cedo e assim seria até que ele melhorasse seu comportamento e rendimento escolar. A justificativa além do comportamento que a escola não conseguia controlar era o rendimento escolar, entendendo esse de acordo com os critérios da diretora ou dos profissionais daquela escola. Contradizendo o papel da escola na educação em seu sentido mais amplo, como preconiza os marcos históricos da Educação em nossa legislação.      Em certo momento foi evocado, como argumento de autoridade, seus anos de experiência na educação. Estava ai! Com tantos anos de experiência talvez ela não tenha se preocupado em se atualizar e quando de sua formação enquanto educadora talvez não existisse o ECA, não se ouvia falar da UNESCO e nem dos direitos humanos. Muito menos das Leis de Diretrizes e Bases da Educação.