Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2011

RAFAEL MARMO: MEDICALIZAÇÃO DOS PROBLEMAS SOCIAIS E DA EDUCAÇÃO

RAFAEL MARMO: MEDICALIZAÇÃO DOS PROBLEMAS SOCIAIS E DA EDUCAÇÃO : Chega às crianças e adolescentes a transformação de problemas sociais e educacionais em doenças, com o objetivo de individualizar questões c...

Internação

Meu Pai é um alcoolista, Por varias vezes foi parar no Pronto Socorro, Tomava glicose na veia e era sempre liberado, Sem ninguém falar mais nada do porque bebia, Ou de como parar. Ele também sofreu muito com meus avôs, também alcoolistas, Direto e reto ele espancava minha mãe, Que não podia falar nada para ninguém, Com medo de perder meu pai, que ela amava muito e dizia compreender “o porquê” ele era assim. Por varias vezes minha mãe foi ao posto de saúde fazer os exames de rotina, E nunca ninguém lhe perguntou nada, Daqueles hematomas que ela trazia por todo o corpo e a todos causava estranheza. Nem mesmo a assistente social que nos dava uma cesta básica todo mês, Indagou “o porquê” ela com muitas dores pelo corpo não conseguia carregar a cesta sozinha. Resolvi sair de casa, Apesar dos meus amigos vizinhos, Meus familiares que moravam perto, Mas não sei, Incomodava-me estar em minha casa, Ver tudo que via e como as moças do posto ou a as

O direito de ser respeitado

Primeiro queriam que eu fosse medico, Eu queria ser bombeiro, Depois que eu torcesse para esse e não aquele time. Me disseram que minha namorada não valía a pena, Que eu devia fazer isso ou aquilo Esvaziaram minha vida de sentido Cada um forçando a sua vontade Agora que nada me vale Que peço ajuda Porque ainda me julgarem, Antes de me darem o que preciso urgente? Porque seus valores são mais importantes que os meus? E não deixem fazer de minha vida o que quiser? Me deem apenas o que todo mundo tem direito. Aos serviços de saúde e o respeito. Deixem me dispensar seu olhar de reprovação, Pois ele nunca me ajudou.

Redução de Danos

É preciso ter coragem, Para salvar sem ver o pecado, Sem fazer juízo de valor, E se fixar somente no que é possível, Naquilo que se pode fazer. Sem ser utópico, Moralista ou Juiz. Mas apenas fazendo seu papel. Salvando vidas Ou ajudando aquelas que Não iriam ser salvas de outra maneira A de alguma forma serem felizes. Enfrentando reprovações, Assombros moralistas e o próprio medo. Mas indo a diante. Em prol do respeito, Da vida e do que é possível.

Seu Filho Diferente

Pe. Zezinho Foi bonito concebê-lo. Vocês dois o queriam Mais do que qualquer riqueza. E foi um mar de felicidade A notícia da gravidez, Até aquele dia da outra notícia. Santo Deus! Como doeu lá dentro. Sim, vocês seriam pais, Mas pais de uma criança diferente: Síndrome de Down. Não fosse a paz do médico, Da enfermeira, dos pais. Se não fosse a palavra serena Do padre, dos amigos. Não fosse aquele casal que também Passou por isso. Não fosse o pai e a mãe que vocês Já eram, Tudo seria dor e tragédia. Não foi! Ele nasceu, e aquele rostinho diferente, Aqueles olhinhos diferentes, Aquele serzinho humano e feliz Iluminou vocês a cada gesto que fazia. Ensinou-lhes o sentido da esperança E a definição mais clara de pessoa. Às vezes ainda dói, em algumas Perguntas estranhas Ou gestos imaturos, Como aquele casal insensível Que olha e fala bobagem; Aquela criança ou aquela mocinha Que não sabem Como acolher o mistério. Ma