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Mostrando postagens de maio, 2009

"O morador de rua não se vê como cidadão. Como alguém que tem direitos"

Site Medicos sem fronteiras Médico do projeto Meio-fio, de MSF, que oferece atendimento médico e psicossocial à população em situação de rua no Rio de Janeiro, David Oliveira fala nesta entrevista sobre as dificuldades enfrentadas por esta população no que diz respeito à saúde. Quais as dificuldades enfrentadas pela população adulta em situação de rua no que diz respeito às questões de saúde? Quando falamos de saúde não se trata apenas de ausência de doença. A saúde é a presença do bem estar na vida do indivíduo. É ele se sentir integrado ao meio em que vive, aceito, amado, enfim, feliz. Vou falar aqui das dificuldades relacionadas à área médica e à problemas clínicos. A primeira grande questão é que a pessoa que vive nas ruas tem um risco maior de adquirir doenças: Alimenta-se mal, está submetido a alterações climáticas, dorme mal, compartilha espaços aglomerados e vive sob intenso nível de stress, com medo de ser roubada ou agredida. Outra dificuldade é a da percepção do indivi

Século 21 convive com um novo perfil de morador de rua

Cerca de 1% da população de uma cidade do porte de São Paulo, com aproximadamente 18 milhões de habitantes, vive em situação de rua. Mas o perfil do morador de rua atual não é mais representado pela figura do imigrante, geralmente negro, com pouca escolaridade e desempregado. Aliás, não há perfil homogêneo para traçar a população que vive nas ruas, como define Aldaíza Sposati, secretária de Serviço e Assistência Social do Município de São Paulo. Apesar de fatores como demência, abandono, drogas e álcool serem responsáveis por levarem algumas pessoas à viverem nas ruas, segundo Aldaíza, a exclusão social e econômica ainda é a grande vilã. O tema foi amplamente debatido durante o Seminário Internacional “Rompendo a barreira da exclusão: populações de rua e políticas públicas”, realizado pela Faculdade de Saúde Pública da USP, nesta última segunda-feira, 25/08. Marcio Pochman, secretário da Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade do Município de São Paulo, enfatizou que ex

Moradores de Rua

Problema social: Trata-se de um problema social de grandes proporções. Têm sido verificado um aumento de tal população, apontando-se como causa deste fenômeno: “A vida nas ruas é conseqüência do desemprego estrutural, da precariedade das relações trabalhistas e da desvalorização do trabalho. É igualmente a denúncia permanente da falta de políticas públicas favoráveis aos trabalhadores e à população empobrecida, bem como do compromisso do Estado com as elites escandalosamente ricas e privilegiadas” O modo como demais membros da sociedade encaram dita população vai da indiferença à violência. Vivemos numa época que em muito se assemelha à Idade Média, no sentido de que muitos se recolhem na segurança de seus lares, protegidos por muros e cercas (à semelhança do que ocorria nos castelos medievais), ignorando-se os que estão à nossa volta, indiferentes ao que ocorre ao lado. Outros, por sua vez, como se tencionando criar uma espécie de ‘limpeza social’ (variação de Eugenia?), entregam-se à

Moradores de Rua

Voltando ao assunto relativo aos moradores de rua, vi duas notícias interessantes que pretendo comentar: 1ª Com ajuda, moradores de rua se recuperam em SP “Pelo menos 30% dos moradores de rua que recebem apoio de ONGs e órgãos do governo conseguem se recuperar e voltar a levar uma vida normal, com casa e trabalho. Os dados são da secretaria municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. Atualmente, segundo levantamento da secretaria, há cerca de 13 mil moradores de rua na cidade de São Paulo. O caminho de volta para a sociedade é complexo. Além de apoio, essas pessoas precisam ter esperança e de um encontro transformador – diz a psicóloga Aparecida Magali de Souza Alvarez, especialista que acompanhou, por 10 anos, grupos de moradores de rua da capital. A situação miserável em que vivem, a higiene precária e a violência a que são submetidos dão a sensação de que não há qualquer perspectiva para essas pessoas. Mas a decadência que parece definitiva pode, sim, ser revertida. A notícia

Moradores de Rua

Moradores de rua24Fev08 Ads by Google Habitação sustentável Projeto de arquitetura com soluções diretrizes e materiais sustentáveis www.pentagramaprojetos.com.br Andando pelas grandes cidades, por todo canto que olhamos, lá estão eles, os ‘Moradores de Rua’. Muitos passam, dão uma rápida ‘bisoiada’ e desviam o olhar. É uma situação incômoda, difícil de conviver. Certa vez vi um filme (”À primeira vista“) onde um cego, por uma maravilha da medicina voltou à enxergar. Ele andava pelas ruas com a namorada, quando viu um morador-de-rua, perguntou a ela: “o que é isso?”; ao que ela respondeu: “nada”. Ele, inconformado, parou, viu que era um homem e exclamou assustado: “é um homem, um ser humano! Como você pode dizer que não é nada?!?!”. Não critico a namorada, geralmente estamos tão cauterizados com esse tipo de coisa (do mesmo modo como nos ‘acostumamos’ com pessoas morrendo em filas de hospitais), que acabamos por achando tal coisa comum, ‘ah, não é nada’. Mas falemos um pouco sobre esta

MORADORES DE RUA - paredes imaginárias, corpo criativo

André Teruya Eichemberg Quem são essas pessoas que procuram por sobrevivência aos olhos de todos, percorrendo as veias da cidade, construindo espaços reais num mundo ilusório? Um saco plástico torna-se chapéu, um pedaço de jornal transforma-se em cobertor, um papelão, em parede. Ao falar em morador de rua estaremos, inevitavelmente, falando sobre um modo de vida, uma interação intensa na qual se pode experimentar o novo e presenciar raros momentos de pureza, de arte (vide Gentileza) e de ruptura do véu amorfo que cobre a cidade contemporânea. Em um país como o Brasil, onde as diferenças sociais são espantosas, a política habitacional deficitária e os espaços públicos, sendo "mortos", a arquitetura transforma-se, cada vez mais, em política de embelezamento e de sociabilização controlada, de espaços enclausurados, vigiados. O medo do invisível torna-se o próprio reflexo de um muro nos olhos dos habitantes, um muro paranóico, violento e desolador, que o homem contemporâneo vem