Porque Precisamos Investir na Assistência Social
Porque devemos investir em Assistência Social?
Devemos investir em Assistência Social porque é ela responsável
pela garantia dos direitos básicos de toda pessoa a despeito da diferença de idade,
gênero, opção sexual, raça e etc..
Porque sem a Assistência
Social as outras políticas se tornam ineficientes e muitas vezes
incapazes operar:
Uma criança que não tem acesso ao
direito básico da alimentação e ou que é vitima de violência não consegue ter
boa adesão à escola, não frequenta eventos culturais, não pratica esporte, e
gera grande demanda aos serviços de saúde, visto que é provável que tenha
quadros de desnutrição, baixa imunidade e seja mais vulnerável a outras
doenças, frequentando mais vezes os serviços de saúde sem conseguir obter
resultados satisfatórios, visto que as causas dos problemas não foram resolvidas.
Uma mulher vítima da violência de
gênero, também demanda mais da saúde, mais da segurança pública e terá
dificuldade de ter acesso a outras políticas públicas.
A mesma coisa com o idoso, o
deficiente, o homossexual discriminado por conta de sua opção, a pessoa em
situação de rua e muitos outros grupos vulneráveis.
E porque precisa existir a Assistência Social?
Porque alguns grupos não podem
responder por si diante da opressão de pessoas que deveriam cuida-los, como as
crianças e os idosos, outros que por conta das eventualidades naturais como
desastres, enchentes ou alagamentos se tornaram vulneráveis, e outros ainda
porque nossa sociedade possui valores enraizados no passado ou operados por uma
minoria que quer se manter no poder que produzem a opressão, a segregação e o
desrespeito total a aquele que é diferente ou a aquele que não á capaz de se
adaptar ao sistema, não porque ele é menos capaz enquanto ser humano, mas
porque o sistema como está constituído é incapaz de lidar com a diferença.
E ainda a Assistência
Social tem o papel constitucional de manter a Ordem Social, não através
da opressão, mas principalmente através do Ato
de Cuidar!
Mas se investirmos na Assistência Social não corremos o risco de crônificar
a pobreza visto que estaremos somente “dando
o peixe e nunca ensinando a pescar”?
Absolutamente NÃO ! ! ! A Assistência Social enquanto política pública superou há décadas o assistencialismo através
da Lei Orgânica da Assistência Social
e da criação do Sistema Único de Assistência
Social. Seu papel é cuidar e desenvolver o sujeito, potencializando-o para
seu protagonismo social apesar de suas diferenças de gênero, raça, opção
sexual, diferença etária, diferença sócia econômica ou deficiência. É superar o
conceito simples de meritocracia, a partir do pré suposto que não partimos das
mesmas condições para acessar nossos direitos. Não partimos porque uns já nasceram
mais ricos apesar de não terem feito nada a mais que os que nasceram pobres,
porque somos diferentes e nossa cultura impõe um padrão fora do qual tudo é intolerado,
e porque ao longo da vida temos diferentes necessidades bem como diferentes
potencialidades que precisam ser respeitadas.
E porque não se investe em Assistência Social?
Porque muitos estão confortáveis a
onde estão e não querem aceitar as diferenças com temor de perder seu conforto
(poder) e porque diante dos sintomas das fragilidades sociais, que é o aumento
da violência, o uso abusivo de drogas, o aumento das doenças causadas por
condições sub-humanas de viver, dentre outros sintomas, acabamos por acreditar que precisamos somente
de mais polícia para combater a violência (e não de um serviço que cuide
verdadeiramente de sua causa), de hospitais para curar as doenças (e não do
saneamento problemas que as produz) e de escolas (achando que somente sendo
iguais em escolaridade seremos iguais em direitos). E com esse discurso raso de
resolver os sintomas o poder público acaba por convencer mais do que por resolver
o problema.
Se não investirmos no Cuidar, corremos o risco de ver agravar
os sintomas que queremos evitar e nos tornaremos vítimas dos “remédios” que queremos dar a eles. Pois
do mesmo modo que quando não cuidamos de uma infecção que está gerando dor e
somente tomamos remédios cada vez em doses mais altas para aliviar a essa dor o
remédio acaba por fazer mal ao fígado, ao estomago e a todo organismo, se não
cuidarmos da raiz dos problemas que nossa sociedade gera corremos o risco de sofrermos
com o enrijecimento insuportável da polícia, a medicalização da pobreza e
escolas enormes, bonitas e vazias.
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