A Historia da Chapeuzinho Vermelho na versão do Lobo “Mau”


Era uma vez uma linda floresta, cheia de arvores, flores, frutos e animais. Os animais viviam felizes e como era natural os herbívoros se alimentavam de plantas e os carnívoros de outros animais para poderem sobreviver. Matavam somente aquilo que era necessário para viver e tinham um respeito enorme pelos outros animais e pela natureza, pois sabiam que de alguma forma eles também seriam ou alimento para outros animais ou adubo para as flores e arvores.
Lá havia uma família de lobos que viviam em uma toca na parte alta da floresta perto da nascente de um lindo e cristalino rio.
O Céu era sempre azul e toda tarde chovia.
Com o tempo o perigoso homem foi se aproximando da floresta. Construindo cidades e indústrias, poluía os rios e tornava cinza o Céu.
Lenhadores e queimadas destruíram boa parte da floresta levando a fome e o frio para os animais. Em um canto da floresta mudara-se um casal de humanos velhos, rejeitados pelos filhos.
Sua casa havia sido construída em um ponto onde os animais se encontravam para se divertir. Toda a água da nascente foi canalizada para a casa dos velhos humanos e o que não era utilizada era devolvido junto com o esgoto para o rio.
Com o tempo, o macho morreu e a velha ficou sozinha abandonada. Ela não gostava de animais e vivia armando armadilhas para prender todos os que se aproximavam de sua casa. Seu fogão era alimentado pelas lenhas das arvores mais bonitas da floresta.
Há quem dizia que em um caldeirão ela cozinhava galinhas inteiras para consumir apenas as coxas e asas jogando o resto fora com grande desperdício.
Havia também ali perto um caçador muito mau que gostava de cassar por pura maldade, deixando agonizar sua presa na floresta sem torna-la útil para nada a não ser para seu prazer de caçar.
A fome e o frio, causados pelo homem mataram muitos animais daquela floresta, contudo a família de lobos ainda resistia na parte alta, embora com poucos alimentos e sem a água limpa para beber.
O papai lobo vivia pela floresta procurando alimentos para levar para seus filhos.
Certa vez um vulto vermelho lhe chamou atenção. Cantando alto, espantando os pássaros que aqueciam seus ninhos, chutando pedras nas moitas onde ainda dormiam pequenos bichos da floresta uma humana cheia de si, atormentava a floresta, e ainda por cima espalhava lixos pelo caminho.
Cheio de fome e pensando na mamãe loba e nos filhotes, o papai lobo não pensou duas vezes em fazer daquela filhote de humanos um alimento para sua família. Ora se não fosse um alimento talvez no futuro ela ia se tornar mais uma humana que só traria mais dor para aquela floresta.
Essa filhote estaria levando alguns alimentos para sua avó, já que seus pais, filhos da velha humana da floresta, não se davam tempo de estar com ela.
Como pelo caminho por onde passava a pequena humana havia a possibilidade de haver outros humanos perigosos, o papai lobo aproveitou da preguiça natural dos seres humanos para fazê-la cortar caminho passando pelas regiões mais afastadas da floresta. Como soube que iria visitar a velha humana, correu na frente e fingindo ser a filhote conseguiu entrar. Como sua fome era grande, em um gesto de preferência para sua família,  optou por se alimentar da carne velha e dura e deixar a carne da filhote para a mamãe loba e os filhotes lobinhos. Para ser menos traumático para a filhote humana, se vestiu com as roupas da velha e ficou a esperar.
Quando ela chegou, o papai lobo ainda procurou, imitando a velha, tornar mais ameno o sacrifício da humana.
Mas infelizmente por ali passava o caçador malvado, que como de costume frequentava a casa da velha para lhe saquear café e outros alimentos. Vendo o papai lobo perto da pequena humana, o matou impiedosamente como fizera com os outros animais.
Naquela mesma noite, humanos enfurecidos colocaram fogo na floresta matando outros animais,  mataram a mamãe loba e seus filhotes como vingança, queimando seus corpos para não servirem de alimentos nem aos corvos.
Nunca mais existiram lobos naquela floresta, e nas noites de lua cheia nunca mais ouvia-se seus uivos a chorar um tempo de paz dos animais.
Alguns anos mais tarde, a floresta se transformou em um aterro sanitário onde era jogado todo o lixo produzido pelos homens.
Não havia mais flores, não havia mais arvores, apenas lixo imprestável.
By Leonardo Duart Bastos 14/07/2013

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